Excelentíssimo Senhor Dr. Joaquim Barbosa
Como professor do Curso de Direito de uma Universidade
Pública, devo manifestar o inconformismo e a vergonha que sinto do Poder
Judiciário de meu País. Mais que isso, devo expor que em breve publicaremos o
Relatório Final de um Projeto de Pesquisa que demonstra como o Supremo Tribunal
Federal deste país não está julgando em consonância com os termos da
Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, ao menos, em inúmeros
processos de importância impar para a nação, que sequer cabe aqui mencionar,
pois são muitos.
É muito importante registrar que nossa Justiça, representada
em última análise pelo Supremo Tribunal Federal não é cega, muito pelo
contrário, ela consegue ver perfeitamente as cores e classes sociais e isso é
possível demonstrar, cientificamente, academicamente, com o levantamento
comparativo das decisões do STF em casos de grande relevância, principalmente
é claro, quando temos interesses econômicos, políticos e partidários em jogo.
Por fim, a quantidade de erros processuais grosseiros, que
ocorreram no julgamento do que se convencionou chamar de
Mensalão, facilitaram bastante a parte final deste projeto de pesquisa
registrado no CNPq e que iremos publicar em breve.
Excelentíssimo Senhor Ministro, é lamentável o que estamos
testemunhando no Poder Judiciário brasileiro. Os ministros do Supremo Tribunal
Federal não deveriam sucumbir a pressão da mídia, já que deveriam basear-se tão
somente nos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
José Genuíno, José Dirceu, dentre tantos outros, estão sim
detidos, neste momento. Agora lhe pergunto: a que preço? Porque Genoíno sim,
mas Dantas não? Porque alguns processos e denuncias caminham, outros não?
É claro que estou falando do "Mensalão do PSDB", mas estou citando
apenas como exemplo emblemático. Qual a razão de ter havido o cumprimento de
sentença na Ação Penal conhecida por Mensalão se ainda existem recursos
pendentes?
Senhor Ministro, como acreditar no Poder Judiciário
Brasileiro? Há alguma explicação lógica para tantas
contradições? Há esperança ainda para o Poder Judiciário Brasileiro?
ALESSANDRO MARTINS PRADO
http://lattes.cnpq.br/4197914837156225
Docente da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Docente da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direitos Humanos
da UEMS
Mestre em Direito/Tutela Jurisdicional no Estado
Democrático de Direito
Líder dos Grupos de Pesquisa CNPq: "Direitos Humanos
no Estado Democrático de Direito, interdisciplinaridade e efetivação
possível" e "Direitos Humanos e Desenvolvimento Sustentável".
Nenhum comentário:
Postar um comentário