sexta-feira, 16 de março de 2012

A amizade e a ética: um contraponto à cordialidade

Eliane Maria Salgado Assumpção
Jurista,  Porto Alegre - Brasil 

Resumo

O presente artigo trata de duas formas de relacionamento humano: a amizade e a cordialidade. Conceitos, características e seus respectivos reflexos no indivíduo e no grupo social. Reflete sobre a  necessidade de relações afetivas íntimas, verdadeiras e seletivas e comportamentos formais exigidos pelos diferentes papéis sociais. Confronta os anseios particulares e o interesse público no âmbito das relações interpessoais.

Palavras-chave: filosofia – amizade – ética – interesse público – interesse privado

Abstract

This paper is about two kinds of human relationships: friendship and cordiality, covering concepts, characteristics and their respective effects at both individual and social levels. It considers the need for both intimate and formal relationships as demanded by different social contexts. It also discusses personal and public interests within interpersonal relationships.

Key words: philosophy – friendship – ethics – private interest – public interest - relationships 

Relação entre a Cordialidade e a Amizade

Em que medida a amizade se contrapõe à cordialidade? E o que podemos esperar do distanciamento desses conceitos e suas condutas correlatas, caso entendamos que eles existam? Inicialmente, para conferir algum sentido a esta indagação, é necessário esclarecer que a cordialidade aqui tratada consiste naquela que foi caracterizada como uma relação de afetividade aparente,  enquanto a amizade será tomada em sua definição aristotélica, como um relacionamento ético entre indivíduos que buscam o bem um do outro como o de si mesmos.

Partindo destas considerações prévias, já podemos perceber que amizade e cordialidade são coisas distintas que podem se apresentar como relacionamentos assemelhados ou até mesmo contraditórios, em casos extremos, a cordialidade pode ser utilizada para encobrir antagonismos, como o ódio e a violência.

Por conta dessa possibilidade de distanciamento entre os fundamentos e objetivos destas relações amistosas ou cordiais é que podemos extrair prováveis resultantes das sociedades em que há predominância de um ou outro parâmetro.

Conceito de amizade

Os registros do que se denominou como amizade remontam ao período homérico. Tomando estes conceitos antigos e fundamentais, e acompanhando sua evolução histórica, temos, segundo Francisco Ortega,  o seguinte movimento conceitual.

1. Antiguidade
1.1 Homero

Em Homero, philos é expressão de proximidade e relações de parentesco, usada como forma afetuosa para referir membros de uma família.  Philoi, por sua vez, é utilizado pelos personagens homéricos para referir aos homens e aos objetos que garantem sua segurança e independência numa sociedade que é regida pelo sentimento de insegurança.

Por sua origem, já podemos observar que o amigo não só está ligado à verdade –  porque segurança implica, necessariamente, fidelidade – como também, o que há de mais essencial na vida humana: amigos são os que garantem a sobrevivência do grupo social. No mundo bélico de Homero não se vive sem amigos. 

1.2 Aristóteles

Por outro lado, em tempos de paz, quando os homens podiam pensar como viver bem em suas cidades, Aristóteles também atribuiu à amizade papel igualmente fundamental. Se, em Homero, ela respondia pela sobrevivência, aqui ela será a base da sociabilidade, a causa da vida social.

Aristóteles descreve uma sociedade onde a política é a ciência responsável por articular as demais ciências e promover a felicidade humana, porque o princípio que move a ação humana, a finalidade da nossa existência, é o da felicidade. 

“Felicidade é uma atividade da alma, conforme a virtude perfeita”.

Este é um conceito bastante complexo, mas que, numa simplificação grosseira, poderíamos entender como: feliz aquele homem que, ao longo da vida,  consegue agir da melhor maneira possível, com prudência e racionalidade e, ainda, ter a sorte de não ser vítima dos infortúnios externos a que estamos sujeitos e que 
impedem a felicidade, como as doenças e desgraças de qualquer ordem. Mas, o importante é ressaltar que a felicidade é uma atitude ativa, é uma ação voltada para o bem.

E é na felicidade que encontramos o papel da amizade. Afirma o filósofo que o mais virtuoso e afortunado dos homens, portanto, com todos os elementos para ser feliz, não o será, se não tiver amigos, pois necessita deles para compartilhar sua fortuna e dirigir-lhe suas boas ações. A felicidade vem da prática do bem e os 
amigos se estimulam mutuamente na busca da excelência das ações, apóiam-se  na prática das boas condutas.

Aristóteles  estabelece a ligação entre a amizade, a virtude e a felicidade, propondo uma doutrina que liga o amigo à própria identidade: o amigo, afirma: 

“é um segundo eu”, um “outro eu”. Nos sentimos felizes pela contemplação das boas ações do amigo, do “outro”, que é um “outro eu”, e que reconhecemos, também, como parte de nossa própria expressão, pois nos reconhecemos no amigo.

2. A ética: o caráter público

A amizade possui um sentido amplo e também diversificado. Há tantas espécies de amizades, quantas as espécies de comunidades.

O conceito de amizade também contém o de justiça e, por isso, em toda forma de comunidade, pensa-se que existe alguma forma de justiça e de amizade. “Até onde vai a sua associação, vai a sua amizade e justiça que entre eles existe”.

Na Ética Eudêmica, cita Ortega, é dito que é função da política produzir amizade. A amizade está mais voltada para o mundo e, por isso, é um fenômeno político. É importante ressaltar que o mundo aristotélico é orientado pelo bem comum, pelo interesse público e pelo ideal da excelência. Assim, também as relações de amizade possuem estas características e são, por isso, desejáveis. 

Práticas como as reuniões públicas entre os homens – a cidadania não abrangia mulheres e escravos –  eram bem aceitas, sem qualquer restrição, por fortalecerem os laços sociais.

3. Enfraquecimento da amizade
3.1 Cristianismo

É no cristianismo que vamos encontrar a primeira grande alteração do conceito de amizade, que surgiu num mundo bélico e, no mundo cristão, sofrerá uma drástica ampliação: aquele amigo que era um outro eu, a quem se queria o bem como para si, deverá corresponder a qualquer um, a todos os outros, o amigo deverá ser o próximo.  “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. É esta a máxima cristã, que equivale a dizer que todos devem ser tratados como amigos, ou, em vocabulário cristão: “todos somos irmãos”.

Este parece ser o marco de nossa primeira dificuldade. Um mundo fraterno é um mundo ideal, onde nada impede que todos sejam tratados com um “si mesmo”, todavia, a funcionalidade deste  conceito ideal encontra seus obstáculos no mundo real, a começar pelos reveses enfrentados pelo seu propagador, que não conseguiu a adesão de seus inimigos às práticas por ele apregoadas.

É importante frisar que o ideal grego de felicidade e virtude não chegou ao ponto de ignorar a diversidade do mundo real e igualar a todos na condição de amigos. A amizade descrita por Aristóteles comportava gradações e conhecia o limite dos interesses dos membros da comunidade.

Com a expansão do cristianismo, afirma Abagnano, a importância da amizade como fenômeno humano declina na literatura filosófica. O conceito mais importante passa a ser o de amor ao próximo.

A amizade deixou de admitir qualquer seletividade, próximo é qualquer um com quem nos deparamos: amigo ou inimigo. Tratar o amigo como um outro eu, agora, deve ser estendido a todo o próximo.

Talvez aqui possamos encontrar alguma raiz da cordialidade, na medida em que a amizade perdeu a sua seletividade: não podemos mais escolher o nosso outro eu e a todos devemos tratar da mesma forma, afetos e desafetos, por determinação de uma lei divina. Esta nova formulação é incompatível com a formulação aristotélica, que reconhece a amizade como numericamente limitada.

Seria possível formularmos o cristianismo como sendo um processo onde ocorre uma universalização da amizade. Mas também poderíamos descrevê-lo como um movimento de secundarização da amizade entre particulares – o que, até então, havia fundamentado a formação das comunidades –  para privilegiar a relação universal de amor ao próximo. 

3.2 Kant: o dever pelo dever

Essa mesma lei será, mais tarde, expressa como uma lei da razão. Mesmo contra nossos desejos e inclinações, devemos tratar nosso próximo como a nós mesmos, por ser um dever moral, uma ação que podemos desejar que seja universalizada. Da mesma forma que no cristianismo, há a perda da seletividade, ainda que agora o mandamento esteja fundado num princípio atribuído à razão. 

3.3 A privatização
3.3.1 O amor romântico

A partir do advento da exaltação do amor romântico, as relações de amizade recolheram-se de uma esfera pública para uma esfera privada. O espaço público, que favorece o encontro dos amigos, foi trocado por um recolhimento à casa, ao lar. Os laços de amizade voltaram-se para a família, perdendo seu caráter de livre escolha. Os amigos passaram a ser, preferencialmente, o cônjuge, ou algum parente próximo. Houve uma restrição do universo de amigos para o âmbito doméstico. E, além disso, nas relações de trabalho, passou a predominar a competitividade em detrimento dos laços de solidariedade. A atitude livre e inovadora de lançar-se ao encontro do outro – do amigo – cai em desuso. 

Ortega descreve bem nossos costumes quando menciona o fato de que as amizades giram em torno da família: a partir do casamento, o casal tem amigos comuns, geralmente, outros casais, e, no caso de separação, estes amigos são, em grande parte, perdidos. Isto denota o peso da estrutura familiar na manutenção dos relacionamentos amistosos. A família é central. Ele ressalta, ainda, que, apesar da decadência do núcleo familiar – pelo aumento das separações – ainda é a idéia da família que preside nossas relações.

Um dado muito ilustrativo da importância desse modelo pode ser encontrado no movimento dos homossexuais que reivindicam a oficialização de suas uniões na forma de casamento, utilizando, inclusive, todos os rituais tradicionais. Assim, o que poderia ser a proposição de um relacionamento alternativo, termina conformando-se e reproduzindo os padrões convencionais.

3.3.2 O ensimesmamento: patologização das relações interpessoais

Uma atitude de maior recolhimento, um distanciamento ainda maior, mesmo no ambiente doméstico, com o enfraquecimento dos laços de amizade, é a substituição das relações fraternas por relações terapêuticas, seguindo a linha das soluções técnicas. Houve uma patologização do que era uma atividade saudável da alma. O temor do risco de encontrar o outro nos leva a preencher nossa necessidade de proximidade com relacionamentos técnicos, de natureza médica. 

Um amigo contratado e regulado por código de ética, juridicamente controlado.

A moderna prática da corrida aos divãs dos psicanalistas, para compartilhar com alguém nosso olhar para o mundo, veio substituir a instituição secular, essencial, metafísica e necessária da amizade. Trocamos o amigo pelo comércio profissional e técnico da atenção com hora marcada e recibo de pagamento; a atenção, que foi matéria prima graciosa para  tantas construções afetivas, agora, é transformada em mercadoria cara. Por que nossas cartas, telefonemas íntimos, encontros, conversas de mesas de calçada, longas caminhadas, manifestações tão espontâneas, cederam lugar às audiências programadas de frios consultórios? Por que deixamos, por exemplo, de desfrutar do abraço afetuoso do amigo – atitude comum em outros momentos –, para esconder nossos sentimentos na impessoalidade dos gabinetes, trocando o aconchego da companhia de um amigo por uma entrevista técnica?

Não nos ateremos às vantagens que se encontram nesses serviços, e aqui não nos referiremos às patologias reais. De antemão, é inegável a existência de técnicas e etiqueta adequadas, tanto para o corpo como para a alma. Da mesma forma, é incontestável a arte de uma gueixa, ou de uma cortesã. São técnicas e, por isso mesmo, analisáveis e passíveis de expressão em moeda corrente. Todavia, o que  buscamos é o inestimável:  conhecer nossos sentimentos e pensamentos é de grande utilidade para lidarmos com eles. Mas compartilhá-los com quem se dispõe a compreendê-los, apenas por afeto, solidariedade, ou inexplicável razão – que não contempla qualquer vantagem aparente – possui o poder mágico de fazer  sentirmos-nos mais do que um. O amigo mantém conosco um modo particular de relação, ele nos elegeu – em muitos casos sem saber porquê  – como destinatários de sua afeição, o que transforma nosso solitário eu num poderoso nós. Ele toma parte em nossa identidade, é personagem na nossa história, compõe conosco algo para além das individualidades. Gestos de renúncia, desprendimento e altruísmo, que caracterizam e reforçam os laços de amizade, sequer tem sentido nos relacionamentos terapêuticos, quando, muitas vezes, o que a alma precisa é, não de uma compreensão racional dos fatos, mas sim do bálsamo tranqüilizador de um afeto. Nem sempre o entendimento nos leva à aceitação do que nos é desagradável e, em diversas situações, somos obrigados a aceitar o que não podemos compreender. O que nos vale mais quando perdemos uma pessoa querida? Um par de ouvidos técnicos e uma definição do que é luto, ou uma presença amiga, carinhosa e companheira que faz da nossa tristeza a sua própria tristeza? Nada explica, tampouco entende, apenas nos prepara uma sopa quente, nos põe na cama, quando já não somos mais capazes deste autocuidado elementar. E, sobretudo, faz isto, porque, naquele momento, é o que tem de mais importante para fazer: cuidar do amigo é como cuidar de si.

4. A cordialidade

O significado original do termo cordialidade é a qualidade do que é referente ao coração, afetuoso, afável. Todavia, na obra  Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, o vocábulo é empregado para designar 
um comportamento social emotivo, em oposição ao racional, e impessoal, atribuído ao patriarcado rural como herança do colonialismo. Por conta disso, a expressão passa a ser utilizada de forma ambígua, adquirindo um viés pejorativo.

Esteves esclarece: à cordialidade, Sérgio Buarque opõe a civilidade, que corresponderia a uma polidez “máscara ou disfarce”, cuja função seria de proteger suas emoções “ante as exigências sociais”.

Ao contrário do que vimos na construção aristotélica, onde as relações particulares, orientadas por valores éticos, favoreciam o bem comum, aqui, esta familiaridade é orientada por interesses particulares, subordinando a eles os interesses públicos. Trata-se, portanto, de uma inversão. O desejável, de acordo com essa concepção de modernidade, seria uma conduta social racional, desvinculada das atitudes familiares de fundo emotivo.

É, portanto, esta cordialidade ambígua, que enfraquece os laços de solidariedade, na medida em que busca uma privatização dos bens públicos, em detrimento do interesse comum, que contrapomos à amizade ética e 
socializadora.

5. Público e privado: uma difícil equação 

Poderíamos tentar resumir as situações apresentadas da seguinte maneira: 

Do ponto de vista das relações interpessoais, podemos encontrar grupamentos mais fechados, onde os vínculos são mais íntimos, familiares; e outros, onde os contatos tendem a ser mais abstratos e impessoais.

Isto, por si só, não nos habilita a julgar que um modelo de sociedade seja bom ou ruim. Conforme discutimos, o modelo aristotélico baseia-se numa estrutura familiar e, no entanto, orienta-se belo bem comum e interesses públicos. 

Já, no modelo descrito por Sérgio Buarque de Holanda, um modelo patriarcal rural, portanto, do tipo familiar, ou tribal, objetiva, apenas, seus interesses particulares, não favorecendo os interesses sociais.

A outra possibilidade: de relações abstratas e impessoais, tanto pode favorecer a objetividade e o racionalismo da sociedade, como também levar a um individualismo exacerbado, onde as pessoas não se percebam como membros de uma comunidade e percam a dimensão de bem comum.

Equacionar necessidades pessoais de relacionamentos íntimos, de cultivar amigos, de expressar afetividade, juntamente com a capacidade de relacionar-se com civilidade e respeito, indistintamente, é uma tensão constante e um renovado desafio para qualquer sociedade: quer para um “rei filósofo”, quer para um estado 
democrático.

Encontramos no relato de Ortega a expressão desta dificuldade, quando cita obra de Saint-Just, na qual este “institui a amizade como base da virtude republicana, devendo ser praticada obrigatoriamente e submetida à publicidade e ao controle da comunidade”, ao que Ortega denomina como uma hiperpolitização da amizade.

De fato, entre a estimulação das amizades por parte dos políticos da antiguidade e sua decretação, como instituição sujeita ao controle público, há uma flagrante confusão de esferas entre público e privado.

Na sociedade contemporânea, diversos são os exemplos tanto da publicização do privado – intervenção do estado nas relações privadas, como o casamento, obrigando ou impedindo – quanto os casos de privatização do público – como a utilização privada de bens públicos, nepotismo, etc. 

Conclusão

É possível afirmar que, ao menos conceitualmente, a amizade distinguese da cordialidade por ser a primeira uma relação ética, caracterizada por laços de lealdade, honestidade e fraternidade, enquanto a cordialidade satisfaz-se com atitudes de aparente afetividade. O componente da verdade, necessário à primeira e facultativo à segunda, faz com que a essência da primeira constitua mera forma da segunda.

Por corresponder a um comportamento simplesmente formal, a cordialidade pode representar, desde uma polidez estéril, sem qualquer forma de afetividade, até ocultar em si diversas gradações de desafetos, da antipatia à violência.

É interessante observarmos a descrição feita por Popper da transformação de uma sociedade fechada, de tipo tribalista, que funciona como um organismo, em sociedade aberta, competitiva, onde os membros lutam por seus interesses individuais. Nesta apresentação, Popper caracteriza a passagem das relações de grupo concreto, para relações abstratas, impessoais. Como podemos observar, atualmente, há um aumento destas relações, onde contato pessoal é substituído por tecnologias que dispensam o contato direto entre as pessoas. 

Um dos exemplos mais significativos, citados por Popper, seria a inseminação artificial, onde a própria procriação, que figurava entre as relações interpessoais mais íntimas, pode ser realizada com total impessoalidade, e até mesmo com o anonimato do doador. Ora, esse tipo de transformação, dentre outros possíveis fatores –  como desafetos, ambições, dissimulações por qualquer causa –  constitui fator que vem  favorecer o crescimento dos relacionamentos formais, ou cordiais, em detrimento das relações concretas como a amizade.

A par de tudo isso, o homem não é uma abstração, possui necessidades emocionais e físicas que ainda reclamam um contato pessoal e verdadeiro.

A oscilação entre a predominância de uma ou outra forma de relacionamento implica nosso sentimento de maior ou menor satisfação, bem estar e segurança. 

A grande liberdade advinda das relações convencionais e impessoais  tem como preço a solidão, as doenças emocionais, físicas e sociais, que nos obrigam a refletir sobre a nossa condição humana, onde a melhor das razões não pode suprimir nossas paixões, por mais incompreensíveis que sejam, nem oferecer abrigo seguro às nossas “afinidades eletivas”. 

Notas
1 A expressão “homem cordial” aparece em capítulo do livro Raízes do Brasil, de Sério Buarque de Holanda, destituída de significado ético, não expressando, necessariamente, algo positivo, desde então o sentido utilizado por ele tem sido objeto de muitos debates.  Cfm. Mário Hélio em “Apolêmica cordialidade” Revista – Continente Multicultural- Edição 19,  julho/2002.
2 ORTEGA, Francisco. Genealogias da Amizade. São Paulo: Iluminuras, 2002.
ARISTÓTELES.  Ética a Nicômaco in: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
4 ARISTÓTELES.  Ética a Nicômaco in: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
5 Idem
6 ORTEGA, Francisco. Genealogias da Amizade. São Paulo: Iluminuras, 2002.
7 Robert Musil, em O Melro, afirma: “ E tampouco estamos de acordo ou satisfeitos com nossos amigos; aliás muitos amigos não conseguem sequer se tolerar. Num certo sentido, essas são as melhores e mais profundas amizades e contêm o elemento inconcebível desprovido de qualquer impureza”.
8 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.  Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p.478.
9 ESTEVES, Paulo Luiz Moreaux Lavigne. Cordialidade e familismo amoral : os dilemas da modernização in: Revista Brasileira de Ciências Sociais.
10  ORTEGA, Francisco. Genealogias da Amizade. São Paulo: Iluminuras, 2002.
11 POPPER, Sir  Karl R.  A sociedade aberta e seus inimigos, Tradução de Milton Amado. Belo Horizonte: Itatiaia, 1998. revista01.indd   22 1

Nenhum comentário:

Postar um comentário